Agilidade na era da IA impulsiona respostas mais rápidas a favor dos clientes
Diante dos debates e conversas que acompanhei no Agile Trends 2024, evento que aconteceu recentemente em São Paulo e que tratou das grandes tendências de agilidade e práticas modernas de gestão, pude confirmar isso e muito mais. Há pontos ratificados há mais de 20 anos pela mentalidade sagaz da agilidade, como papéis, eventos e mindset, porém o formato como tudo isso se integra nós podemos dizer que mudou e evoluiu.
Em um momento em que, cada vez mais, se demanda o chamado customer centricity (o consumidor no centro), é preciso saber gerar medições e dados acerca do quanto cada entrega por parte de uma empresa gera valor. Se no século passado a tecnologia era pensada por ela própria, há mais de 20 anos o raciocínio é de que não bastam entregas rápidas e ágeis. Elas precisam ter o seu valor maximizado, com times trabalhando de maneira integrada.
A agilidade tem papel essencial justamente em uma época na qual o cenário macroeconômico está amplamente voltado para a eficiência, produtividade e redução de custos. Uma vez que todas as áreas trabalhem nesta mesma direção, com um pensamento integrado, pensado na entrega com valor agregado alto, que antecipa o time to market, estamos falando também de um maior engajamento do time e, por consequência, entregas mais satisfatórias e superiores perante a concorrência. Ao lançar mão de indicadores de lagging e leading, as tomadas de decisão sobre fazer o certo, de primeira e no momento oportuno conseguem ser, de maneira qualitativa, mais acertadas.
Neste mesmo sentido, o uso consciente e estratégico de métodos tecnológicos que favoreçam a agilidade, o desenvolvimento, a inovação e as entregas de qualidade no ambiente de negócios, coloca a IA como a bola da vez também nesta realidade constante das companhias e de seus colaboradores. Antes de mais nada, o cliente no centro é uma pessoa, assim como a tecnologia é produzida por pessoas e o objetivo em comum é abraçado por equipes de pessoas.
O que pode parecer redundante e repetitivo se justifica. Não se deve confundir agilidade com a maior rapidez apenas em uma entrega, mas sim com aquele que consegue se adaptar mais rápido aos cenários do presente e do futuro. Se antigamente era comum se falar em metas de cinco anos, hoje um planejamento de um ano já é desafiador, e o mindset que permeia todas as decisões é de adaptação rápida.
E o que recomenda essa adaptação rápida? São os feedbacks, o conhecimento retroalimentado que, com a ajuda da IA e suas ferramentas – estas também feitas por pessoas –, ajudam a alavancar múltiplas áreas ao mesmo tempo. Por exemplo, pesquisas que poderiam levar um tempo considerável hoje já podem ser realizadas mais rapidamente para formatar uma ideia ou um produto. A IA é central para obtermos isso de uma maneira eficaz.
Ainda falando sobre os feedbacks, a adaptação de um profissional em relação a eles envolve a demanda que o mercado nos traz, para a qual um colaborador consciente dos preceitos da agilidade saberá se sair bem. Por quê? Por entender o valor de suas habilidades de mentalidade profissional evolutiva, com as quais atitudes devem se manifestar de acordo com a estratégia de geração de valor, repassando isso aos seus times, lideranças e ao backlog dos produtos.
Em suma, tudo o que cercava o ambiente corporativo envolvia um ciclo de vida no qual as pessoas precisavam colocar mais tempo para obter mais produtividade e eficiência. Agora, os ciclos se realizam em menor tempo, graças aos algoritmos e às tecnologias que capturam informações dos humanos e as enriquecem com a sua inteligência e contextos. Muito do que é produzido a partir disso (medições, métricas, etc.) dá sustentação às tomadas de decisão de equipes e executivos.
Neste cenário otimizado e veloz, a agilidade tem um papel decisivo para esses product owners que indicam os caminhos a serem seguidos: de escrever histórias a declarar requisitos (como os desejos dos clientes), com aceleração a bordo da IA em todas as etapas do trabalho. O lado humano, assim, pode ficar livre para ações de maior criatividade e críticas. É um mindset presente em todas as áreas, colaborativo, de entrega rápida e de adaptação.
Vivemos em um mundo de respostas rápidas, no qual se exige mais adaptação e decisões mais velozes. Quando pensamos na centralidade do cliente e na sua experiência junto às marcas, isso é mandatório para separar sucesso e fracasso. Com esse mindset que gera valor com a ajuda da IA, a melhoria das experiências anda de mãos dados com o ganho de tempo, as melhores tomadas de decisões e as inovações que são geradas no processo.