Entre o escritório e a saúde social: o novo desafio das empresas que querem evoluir


Essa demanda, muitas vezes impulsionada por percepções ultrapassadas de controle e produtividade, ignora não apenas os aprendizados mais valiosos do período pós-pandêmico, mas também as profundas transformações que moldaram a vida e a carreira de milhões de profissionais.
Como líder de RH em uma multinacional de tecnologia e transformação digital, posso afirmar com segurança: produtividade não está – e nunca esteve – atrelada à presença física constante. Controlar não é o mesmo que engajar. Um colaborador engajado é aquele que se sente valorizado, respeitado e escutado – e isso independe do CEP de onde ele trabalha.
Segundo um estudo, existe um “delta de otimismo” significativo entre o que líderes acreditam funcionar bem no modelo presencial e o que os colaboradores realmente vivenciam. Enquanto 90% dos líderes acreditam que a conectividade está funcionando, apenas 67% dos funcionários concordam. Essa desconexão mostra que muitos líderes avaliam o desempenho com base em métricas visuais – o famoso “te ver trabalhando” – enquanto ignoram aspectos mais profundos de motivação, bem-estar e autonomia.
Além disso, o retorno indiscriminado ao escritório traz impactos que vão muito além das paredes corporativas. Estamos falando de aumento no trânsito, na poluição e no consumo urbano concentrado – questões que se relacionam diretamente com as metas de ESG que tantas empresas dizem defender. Houve uma redução significativa desses impactos durante o período de trabalho remoto, e agora vemos um movimento contrário, pouco discutido em profundidade.

