Futuro do seguro é Data-Driven: Como a IA transforma o setor


Esta evolução representa não apenas uma mudança tecnológica, mas uma revolução estratégica que redefine como as seguradoras criam valor, gerenciam riscos e se relacionam com seus clientes. A gestão orientada por dados emerge como o alicerce fundamental desta transformação. As seguradoras que adotam uma abordagem data-driven estão posicionando-se estrategicamente para aproveitar todo o potencial da IA, criando bases sólidas para automação inteligente e insights preditivos.
Por isso, fica claro que a gestão orientada por dados não é um luxo: é uma necessidade para destravar o real valor da IA. Ainda há uma lacuna grande no Brasil, onde menos de metade das seguradoras adotam tecnologias maduras de IA. E mesmo onde já existem modelos preditivos ou copilotos operacionais, o ganho é limitado quando os dados estão fragmentados, redundantes ou malgovernados. A IA, afinal, depende da qualidade e da confiabilidade do insumo que recebe.
Esta estruturação de dados não é apenas uma questão técnica, mas uma necessidade estratégica que permite às seguradoras responderem rapidamente às mudanças do mercado e às expectativas crescentes dos clientes. A experiência do cliente, mais uma vez reforçada como fundamental para evitar o churn (perda de receita ou clientes), torna-se ainda mais relevante quando potencializada por tecnologias que personalizam e agilizam o atendimento. Em um ambiente em que o cliente é cada vez mais exigente – vide o caso recente do Rio Grande do Sul, que mudou completamente o perfil de contratação de seguros residenciais por causa de eventos climáticos extremos – as seguradoras que dominarem a arte de capturar, tratar e conectar informações terão uma vantagem competitiva difícil de copiar.
O combate às fraudes representa uma das aplicações mais promissoras da IA no setor. Com análises em tempo real, as seguradoras podem reduzir significativamente as reivindicações fraudulentas, com projeções indicando economias entre US$ 80 bilhões e US$ 160 bilhões até 2032 globalmente. No Brasil, onde a preocupação com fraudes é crescente – especialmente considerando casos de pessoas que utilizam IA para simular acidentes e acionar seguros – a implementação de sistemas inteligentes de detecção torna-se crucial. Vale lembrar que, de acordo com um estudo, 63% dos brasileiros já se dizem confortáveis com IA detectando fraudes, mas só metade confia plenamente no uso dessa tecnologia – a transparência será, portanto, uma alavanca de engajamento.
A validação automática de documentos e a análise de padrões suspeitos em sinistros são exemplos práticos de como a IA pode fortalecer a integridade operacional das seguradoras. Aliás, a automação de processos através da IA está revolucionando a eficiência operacional das seguradoras. Aplicações como copilots para atendimento ao cliente, processamento de documentos não estruturados e automação de tarefas de baixa e média complexidade estão liberando recursos humanos para atividades estratégicas de maior valor. Esta transformação permite que os profissionais se concentrem em operações complexas que exigem expertise humana, enquanto a IA gerencia rotinas operacionais.
A subscrição de seguros, tradicionalmente um processo demorado e complexo, está sendo otimizada através de análises preditivas e processamento inteligente de documentos, resultando em experiências mais fluidas para os clientes.
